quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Almas Feridas - Parte 1

Enfim, soa o último sinal do semestre na escola, o ar das férias já invade os alunos que irão descansar por um mês nas férias de inverno, porém as férias desse ano serão diferentes porque viajaremos para um acampamento nas florestas temperadas no interior de Silentwood, uma província pouco povoada, porém corresponde a dois quintos do tamanho de nosso país. Estou muito ansioso para essa viagem, que pode ser a melhor de minha vida, creio eu. Saindo da escola, fui para casa com amigos, como de costume. Assim que me despedi deles e disse que os veria no dia seguinte pela tarde para nossa viagem. Entro em casa e minha mãe está fazendo o nosso almoço do dia. Ela estava visivelmente preocupada com a minha viagem, sua inquietação estava me incomodando então decidi perguntar o porquê dela estar tão preocupada com a viagem, e ela me respondeu que não tinha um bom pressentimento com essa viagem, e não queria que eu fosse, porém era a minha primeira viagem com a escola, e achava que por isso sentia-se dessa forma, já que ela é super-protetora. Para acalmá-la eu disse-lhe que muitos amigos iriam, como a San e Ju, minhas melhores amigas. Fui para o meu quarto para arrumar minhas malas, não sabia o que levar, não tinha a menor noção de como era acampar; decidi pegar o telefone e ligar para San, porque os pais delas acampavam todo ano nas praias do litoral norte, conhecidas por serem calmas, e com muita vegetação. Assim, liguei para ela para poder perguntar algumas coisas para ela. Depois de desligar, comecei a arrumar minhas malas; as dicas de San foram extremamente úteis e consegui terminar de arrumar a mala antes das três horas da tarde, depois passei o resto da tarde jogando vídeo-game, conversando no telefone, assistindo TV e comendo, evidente. Depois do jantar, decidi ir dormir e me despedi dos meus pais, sabia que seria um dia longuíssimo. Acordei entusiasmado para a viagem, tomei meu banho, me troquei, e desci para o café da manhã já carregando as malas para a sala. Tomei o meu café da manhã, e disse para minha mãe que iria comprar algumas coisas no centro, para poder levar na viagem como roupas, petiscos, entre outras coisas. Lá encontrei com Ju, que estava comprando algumas coisas também, e ficamos conversando por algum tempo, ela disse que iria para minha casa, pegar o ônibus da escola junto comigo, saindo do centro, fomos até a casa dela pegar suas coisas , e aproveitamos e almoçamos lá,após almoço fomos para minha casa depois disso para esperar o ônibus que chegaria em pouco tempo. Ficamos conversando e assistindo TV até o ônibus buzinar à minha porta. Logo despedi de meus pais, peguei minhas malas e corri para o ônibus, seria a melhor viagem de toda a minha vida, com certeza. O acampamento era longe, muito longe, mas conversando com os amigos, foi super rápido. Já estava à noite, estava escuro, e não havia carros passando pela longa estrada, que cortava a floresta de pinheiros de Silentwood, nevava muito naquela região, por ser uma região alta, e impedia-nos de ver além de três metros do ônibus. Chegando ao acampamento, temos a vista de uma casa de madeira realmente grande, era o nosso hotel. Todos saíram correndo do ônibus, já com nossas malas. A noite estava fria, mas estava agradável e era isso que nós queríamos. Chegando à recepção, o gerente um homem bem velho e magro, usava roupa social de certa forma rústica, logo ele começou a conversar com o nosso professor que estava na viagem junto conosco. Depois disso ele explicou para nós que na parte principal do hotel, havia apenas dez quartos, e os quartos suportavam duas pessoas, a outra metade dos alunos, poderiam hospedar-se nos chalés que estavam cravados entre a floresta, onde havia tudo que um quarto normal da parte principal do hotel tinha, porém eram um pouco distantes do hotel em si. Logo que o gerente terminou de dizer isso, fomos procurar um quarto para ficar, mas eu preferi ficar em um chalé, porque o quarto seria muito chato. Então saí com minhas malas pelo local, porém todos os chalés estavam ocupados, eu continuei andando, quase desistindo, e percebi que já não via mais chalés nem sequer o hotel, até que vejo um chalé aparecer por entre os altos pinheiros, tinha certeza de que este não estava ocupado, e já sabia o porquê, era muito distante e quase ninguém o encontraria. Entrei no chalé, pois a chave já estava na janela, era bem menor do que os outros, esse tinha apenas um criado-mudo ao lado de uma cama colonial e uma cômoda, e a porta onde era o banheiro. Coloquei minhas malas em cima da cama e saí. Olhei para o lado esquerdo e vi que tinha outro chalé a uns cinqüenta metros do meu chalé, porém era menor, tinha o teto rebaixado e janelas quebradas, parecia abandonado, e vinha uma música do interior do chalé, me pareceu Claire de Lune, era realmente estranho, mas curiosidade de entrar foi muito grande, que quando percebi estava a menos de 5 passos do chalé, fiquei com medo e saí correndo. Chegando perto do hotel, vi San e Ju conversando na varanda de um chalé, e falei para elas o que havia visto e pedi para que elas fossem junto comigo para ver o que tinha lá. Nunca havia sentido tanta curiosidade, me senti por um instante insano e idiota, mas a curiosidade de saber o porquê de um chalé no meio da floresta, visivelmente abandonado, tocava Debussy. Fomos até o chalé, havia começado a nevar novamente. Eu e Ju estávamos com muito medo de abrir a porta, então San tomou a frente e empurrou a velha porta, que estava emperrada, porém destrancada. Quando entramos, estava escuro dentro do chalé logo achamos um lampião, e o acendemos. Vimos que era tudo muito antigo, e estranho, não parecia um local comum. Enquanto San e Ju estavam fitando coisas em cima de uma mesa de trabalho, eu queria descobrir de onde vinha a música, segui o som, e finalmente achei uma caixa de música, com uma bailarina, assim que peguei a caixa na mão, a bailarina parou de girar e a música parou junto com ela. Vi que a caixinha tinha uma pequena gaveta, onde tinha uma chave que estava escrito Rapports nela, fiquei pensando onde serviria aquela chave, enquanto fitava aquela caixinha, ouço Ju gritar, ela havia encontrado um pote, com uma faca ensangüentada, na mesma hora que ela viu a faca, fechou o pote, estávamos ficando com muito medo, logo a Sandra tropeçou em algo e caiu no chão, era uma caixa, com fechadura que estava escrito Rapports, logo peguei a chave e tentei abrir a caixa, assim aberta, havia vários papéis, estavam todos em francês, então pedi para que Ju lesse, enquanto ela lia, via sua expressão de espanto, ela começava a tremer, seus olhos estavam arregalados, quando ela parou de ler, ela nos olhou e falou que aquilo eram relatos de pessoas que haviam sido mortas, nos arredores do hotel, desde o plano, até a forma e intensidade de como essa pessoa havia sido morta, e dizia que as mesmas haviam sido enterradas nas redondezas da floresta de SilentWood, porém não dizia onde os tais corpos estavam, estava completamente e psicoticamente desesperado, aliás, todos nós estávamos, e por fim decidimos que o melhor a fazer era sair daquela cabana sinistra, porém ouvimos passos do lado externo da cabana.

Continua...


Ca Menzoni