quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fomatura Inesquecível

Acordei com minha amiga chamando-me, ela disse que já tínhamos chegado ao aeroporto. Acordei um pouco zonza com a viagem de ônibus desde nossa cidade até São Paulo para poder pegar nosso vôo para o Canadá. Perguntei a Julie, que horas eram e ela me respondeu que eram exatamente dez e meia. O vôo sairia em meia hora. Enquanto descíamos do ônibus, minha mãe me liga: - Alô? Cyn? Já está no aeroporto? - Minha mãe era do tipo mãe coruja – Sim mãe, acabamos de chegar aqui, nosso vôo sairá em meia hora. – Ok filha, eu e seu pai estaremos na casa de sua avó, quando chegar ao Canadá, ligue. –Ok, eu te amo. Desliguei o celular, e já estávamos quase na entrada do saguão do aeroporto. Nossos guias disseram que teríamos de estar na fila do Vôo especial 667 em 15 minutos para que tudo ocorra normalmente, sem problemas e que enquanto isso, poderíamos comer ou comprar algo. Então eu e Julie fomos para uma “Casa do Pão de Queijo” que havia ali perto. Na fila enquanto escolhíamos o que iríamos comer, Julie me diz uma coisa que me chocou: - Cyn, eu estou muito nervosa, não queria nem sequer vir nessa viajem. – Que horror, por quê? – Porque eu sonhei durante várias noites, que algo não iria dar certo lá no Canadá, não sei. Eram sonhos escuros e sombrios, e eu sentia uma forte agonia, como se toda a felicidade do mundo houvesse sumido e que só existia eu e mais ninguém. – Ai meu amor, não pensa essas coisas, você só está nervosa porque nunca havia viajado tão longe de seus pais dessa forma. – Sei lá, parece tudo tão real, que eu estou começando a ficar com medo, isso está me perturbando profundamente. –Sabe que eu acho? Que você está com medo de andar de avião. Você não via ver ETs lá no céu não. –Ai para de debochar de mim, o que eu disse foi sério ok? Depois dessa conversa, compramos o nosso lanche e comemos, e ficamos falando de como seria legal o Canadá. No horário marcado, fomos para a fila e esperamos para poder embarcar; Eu estava nervosa, com um pouco de medo e muito ansiosa para o que seria a melhor viajem da minha vida. Julie estava inquieta ao meu lado, mandava muitos torpedos e ligou para a mãe dela que tentou acalmá-la com pouco sucesso. Disse a ela para se acalmar, e tomar os remédios dela, porque ela tem problemas de nervosismo e ansiedade. Passando pelo Gateway, seguimos para o avião. Subindo a escada do avião, olhei para trás e percebi que havia muitos alunos para embarcar. Fui até a minha cadeira, e a Julie até a dela que era na mesma coluna, mas na outra janela, ao meu lado sentaram Arthie e Nany. Eles eram muito legais, e éramos amigos desde o primário, e continuamos amigos até o último ano de colégio, eram como Julie, só que eram mais extrovertidos e alegres, então a Nany começou: Ai, Cyn eu estou tão feliz de estar nessa viajem com você, nem acredito que vamos juntas arrasar no Canadá (risos). –Estou ansiosa também, nem imagino como poderá ser. A aeromoça começa a explicar as regras de segurança, e pediu também que colocássemos os celulares em modo vôo ou para que desliguemo-nos porque iríamos decolar naquele instante. Depois da tensão de decolagem em que a maioria ficou muda, voltamos a conversar freneticamente e alegremente, teríamos que aproveitar o máximo, pois seria uma viagem inesquecível para todos, e como. Logo o piloto disse que a partir daquele momento já estávamos em velocidade de cruzeiro. Assim as aeromoças começaram a passar com a comida, como estava satisfeita com o lanche no café, dispensei e andar pelo corredor, percebi que Julie estava mais calma e feliz. Todos estavam conversando na maior algazarra felizes com a viagem, eu também estava, mas comecei a pensar no que Julie disse-me enquanto estávamos no aeroporto, que sentia que estava me perturbando um pouco. Estava muito quieta olhando pela janela, perto do banheiro, quando Nany me chamou, ela queria me mostrar uma revista que ela havia comprado do aeroporto. Enquanto folheávamos a revista, percebi que havia uma agitação na cabine e do aeroporto, e que algumas aeromoças estavam inquietas, e duas delas, inclusive um homem que eu n havia visto antes veio do fundo do avião e entraram na cabine do avião, eles conversavam baixo, mas como minha poltrona era perto da porta, eu ouvia ruídos de conversa. Eu estava paralisada tentando ouvir o que eles diziam, mas com o olhos na revista, até que Nany perguntou-me se eu estava bem, respondi que sim, mas precisava ir ao banheiro. Levantei-me, e Arthie me segurou pelo braço e sussurrando ele disse: -Cyn, você sentiu que as aeromoças estão esquisitas? –Sim, e não só as aeromoças, mas a cabine também, eu ouvia conversa agitada lá. –Será que está acontecendo alguma coisa? –Não sei, mas preciso descobrir. –Cyn, não se meta com essas coisas. –O que eles poderiam fazer? Jogar-me do avião? –Ok, mas pense bem no que faz, se quiser uma ajuda, estarei aqui. Quando seguia para o último banheiro, onde não havia muitas pessoas, uma aeromoça me barrou, e pediu para que eu fosse para a minha poltrona. Eu perguntei para ela o que estava acontecendo de tão secreto entre eles e ela respondeu que havia uma grande massa de fumaça vindo em nossa direção, e que tínhamos perdido o contato com os aeroportos, e estávamos voando sem rumo, mas parecia que estávamos sobrevoando o território das cordilheiras do Andes, e que iria avisar a todos quando fosse à hora, ele ainda estavam tentando saber o que estava acontecendo. Assim, aproveitei e perguntei se era algo sério e ela respondeu que sim e disse para todos terem calma, porque ela iria avisar os procedimentos corretos. Saiu assim, correndo para a cabine. Eu estava perplexa com a situação, e cada vez mais o sonho de Julie estava na minha cabeça, eu estava começando a ficar desesperada, tentei manter a calma, e voltei para a minha poltrona, angustiada, o que poderia acontecer com todos nós? Qual seria o nosso futuro? Nesse instante, sentimos uma forte turbulência, e as aeromoças saíram da cabine, e disseram que iríamos passar por uma forte turbulência, porque começamos a atravessar uma grande massa de fumaça e que tínhamos perdido o contato com os aeroportos e que precisávamos da calma de todos e repetiram o que fazer em casos como esse. Ficamos alguns instantes em turbulência leve, logo ela começou a piorar, e as luzes começaram a piscas, e sentimos que estávamos perdendo altitude, eu estava com muito medo do que iria acontecer. Até que o co-piloto do avião começa a falar desesperado: - Estamos perdendo muita altitude, creio que não vamos conseguir. Todos já desesperados, começam a gritar de chorar. Novamente o co-piloto fala: - Pessoal, vai ser agora, estamos a menos de mil metros do chão, em dois minutos será a colisão com o chão. Quando dizem que quando se está prestes a morrer, sua vida passa como um flash, isso não aconteceu comigo, eu estava com medo demais para pensar, para gritar, para chorar. Então o inevitável aconteceu só me lembro que bati a cabeça em algo, e apaguei. Quando acordei, vira algo que jamais presenciei em minha vida...

Continua...


Ca Menzoni