sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A melhor parte da vida é a realidade

Acordei mal-humorada, estava em um dia daqueles em que não suportaria nada, criticas, reclamações, idiotices, e estava frustrada porque eu e meu marido que já estávamos casados a tanto tempo não tínhamos mais uma relação como antes, meus filhos já adolescentes não tínhamos mais um bom relacionamento, eu estava me sentindo sozinha, solitária e não estava tentando fazer nada para melhorar isso. Fiz o café da manhã, como sempre silencioso, como se não houvesse ninguém comigo. Antes de sair pedi para a Josefa, a empregada que limpasse o quintal dos fundos. Peguei minhas coisas e segui para o meu carro, todos já tinham saído, sem se despedir, éramos muito desunidos, era como se não houvesse amor, e se houvesse estaria escondido bem no fundo de todos nós, eu amava os meu filhos e meu marido, mas parecia que eles não sentiam o mesmo. No caminho minha cabeça estava totalmente congestionada de informações e problemas para resolver, pensava nas contas, no meu marido e nos meus filhos, no trabalho, estava estafada mentalmente, e estava começando me sentir mal fisicamente, chegando perto do meu local de trabalho, recebo uma ligação, era minha amiga Cristina que pediu para que eu passasse na Starbucks comprar um cappuccino para ela. Cristina disse que eu estava com uma voz muito estranha e perguntou se estava tudo bem e se queria conversar sobre algo, disse-lhe que só estava cansada pois tinha dormido mal a noite. Ela era muito amiga minha, nos conhecíamos desde o colegial, fizemos faculdade juntas, mas mesmo assim eu preferia guardar isso para mim, queria resolver sozinha, ela poderia me confundir mais ainda com seus conselhos e talvez eu poderia acabar fazendo a escolha errada. Segui para a Starbucks para comprar o cappuccino de Cristina, chegando lá estava bem cheia e tive de esperar um pouco, mas estava com tempo, tinha 30 minutos antes do horário, e como não era longe, estava sossegada, aproveitei e comprei um para mim também. Saindo de lá, chegando perto do meu carro, alguém tromba comigo e cai no chão, junto com meu cappuccino. Quando vejo um senhora, de estatura bem baixa, de certa forma rechonchuda que, parecia-me uma mendiga, como se tratava de uma senhora eu decidi não chegar. -Está tudo bem com a senhora?- disse ajudando ela a se levantar.-Muito obrigada minha cara.- Percebi que ela parecia muito com minha avó, materna, inclusive em sua voz.-Não há de que. Seguindo para o meu carro, deixando a senhora para trás, com as mãos já na maçaneta, a senhora chama pelo meu nome, olhei surpresa para ela, como ela sabia meu nome? Então, ela veio em minha direção. -Por favor, quero que fique com isso, use-o.- Ela me deu um colar, que tinha como pingente uma pequena pedra, não sei exatamente que pedra era aquela, mas sabia que era especial, ela tinha um brilho próprio, como uma estrela. -Fique com ele, e saberá seu significado em breve, mas escute, nunca deixe esse colar, independente do que aconteça, use com sabedoria. -O que? Mas eu não quero esse colar, para que serve? Senhora! - Ela sumiu dentro de um beco. Eu achei meio estranha a situação, e guardei o colar na minha bolsa. Liguei o carro, e dirigi até onde eu trabalhava, saindo do carro, eu comecei a ouvir um barulho tão agudo, que era ensurdecedor, o que seria aquilo?



Continua...

Ca Menzoni